Meu marido tem se empenhado em fazer a trajetória. Quer fazê-lo completo, desde Roncesvalles a Santiago, porém como não dispomos de tantos dias seguidos, o que está organizando em etapas, à quantidade que vamos podendo achar dias livres em nossas agendas. Talvez sejam 2 anos, talvez 3… Não tem pressa. A dúvida é desfrutá-lo, desfrutar para entender um tanto da Arte Medieval e compartilhe com os amigos.
Ele recorre incalculáveis dias ao ginásio, há exercícios de cardio duas ou 3 vezes por semana e anda regularmente. Eu o mais próximo do cardio que faço são minhas aulas de bulerías (entretanto eu gosto em tal grau que algumas vezes me custa respirar de emoção, acho que isso não vale como treino).
Tentativa de sair pra andar com ele, porém quase sempre o faz em outras horas em que a capa do edredão me pesa tal, que eu não sou apto de apartá-la. Então você pode fantasiar a minha forma física. Isso sim, otimismo não me falta. Chegamos a Roncesvalles uma quinta-feira de princípios de novembro, à tarde. Roncesvalles, palco do primeiro poema épico escrito em língua romance (“A Canção de Roldan, século XI), são somente outras construções em volta da Colegiata de Santa Maria.
- Maria alejandra vergara diz
- 2 biscoitos de aveia home
- Leite semi-desnatado com café ou chá (100 ml)
- Evita o consumo de alimentos processados como embutidos, enlatados, congelados
- um porção de Vegetais grelhados ou ao vapor
De estilo gótico, foi construída no primeiro quartel do século XIII pelo rei navarro Sancho VII de navarra. Fomos à missa do peregrino entre japoneses, australianos, franceses e algum que outro italiano. Quase nenhum português. E os jovens, em geral. Os sacerdotes que a concelebran se dirigem a nós em inúmeros idiomas.
Os orientais têm pinta de não captar nada, contudo assistem solidários, conscientes da emoção do momento. Porque eu acredito de que, independentemente das motivações que cada um tenha, é o começo de uma experiência vital que a ninguém deixa indiferente. Na sexta-feira começamos a percorrer cedo, alternando campos de um verde quase irreal com bosques mágicos com o piso totalmente coberto de folhas. Há fresco, todavia o dia é ensolarado e tem uma luz maravilhosa, que se infiltra por entre os ramos nus das árvores, desenvolvendo uma atmosfera assustadora.
Quase espera que apareçam outras moças puxando miguitas de pão para poder retornar pra sua residência, ou uma criança de tranças loiras e capuz vermelho com uma cesta de vime. Os povos por onde vamos passando (Burguete, Espinhal, Guerendiain) parecem estar desertos. Apenas algum boteco aberto, onde tomar um café, nem mesmo as igrejas ou capelas que se passa (começa a me preocupar com meu livro do peregrino tenha apenas selos de bares).
Nesta fase de 21,cinco km que se nos torna suportável pela novidade e a formosura da paisagem, apesar da violência da subida de Mezkiritz, e o defeito de a descida a Zubiri. O alojamento calculado pra esse dia é uma residência rural (Ekolanda) na cidade de Esnoz, ao lado de sua Opinião. Os sete quilômetros que o separam de Zubiri se exercem eternos pelas curvas e pelo cansaço que se vai fazendo notar. Ainda por isso, continuamos alegres, e gostamos de jantar, que nos prepara VeroniKa (com K, porém somente reconhecendo que é de Valência).
A próxima época (de Zubiri a Pamplona-20,4 km), começa dar umas lindas vistas do povo, entre nuvens, mas em breve as contínuas subidas e descidas (não muito pronunciados, todavia alguns com muito barro escorregadio) nos deixa exaustos. As dores musculares e alguma joelho tocada nos faz tomar a decisão de intercalar um dia de descanso antes de retomar a última de nossas etapas previstas (Zubiri – Ponte da Rainha).
Mas esta vos contarei outro dia! Deixo-vos alguns detalhes práticos que conseguem servir-se você está pensando em fazer o trajeto. Há que se preparar física e psicologicamente (é um Caminho, não um passeio). Se você não está muito treinado, melhor começar este lado dos Pirineus. Funciona super bem a mistura de vaselina e Vips Vaporub para cuidar dos pés antes e após caminhar. Não tivemos bolhas nenhum.